Vale do Salat

......................................................................................................
......................................................................................................
Depois de uma noite bem dormida nas margens do Zinketa era hora de partir em direcção a outro destino. A rapaziada do Norte de Portugal, Tamecanos e 18 Compª, já tinham os planos deles bem traçados. Iam juntamente com o Palavra zarpar para os lados do Noguera mas antes faziam escala em alguns troços do Ésera. O resto da turma decidiu rumar ao vale do Salat pois segundo as informações que constavam na net, sites ligados a medidores em tempo real, o degelo devido ao aumento das temperaturas fazia-se sentir por aquelas bandas e os rios tinham tendência a subir. Na mala levávamos a ideia de remar Salat, Garbet e Alet. Ao fim de três horas de viagem, em muito baixa rotação, chegamos à povoação de Oust. Esta bela vila francesa é atravessada pelo Garbet no seu percurso mais suave, ficando a garganta do mesmo a sensivelmente 15 minutos acima. Obviamente que não perdemos tempo a parar para fazer qualquer tipo de turismo e zuka truka pelo vale acima até chegarmos ao inicio da garganta deste afluente do rio Salat. O caudal estava mais baixo do que o ano passado mas dava para navegar sem qualquer problema. As passagens apesar de menos fortes estavam lá e a paisagem sempre de cortar a respiração. Logo nos primeiros rápidos encontramos uma parte da pequena garganta atravessada por árvores mas com linha na direita. Era aconselhável acertar nessa linha e evitar a da esquerda, quer fosse dentro ou fora do barco, porém um dos kayaks decidiu que queria experimentar a linha mais perigosa e obrigou-nos a uma boa meia hora de manobras de resgate antes que pudéssemos continuar a descida. Embarcação recuperada siga para baixo que ainda temos um rio para desfrutar hoje. Até o final o Garbet presenteou-nos com mais algumas passagens de classe III+ e IV, com uma navegação tranquila devido ao caudal estar médio baixo. Velocidade ? Ui ui !!! Essa apanhamos no segundo rio desse dia. A seguir a um "break" de sensivelmente uma hora, no qual cada um ia passear e comer consoante o seu desejo, encontramo-nos todos em Salau na entrada do percurso de classe IV/IV+ do rio Salat. A aposta em ter deixado este rio para o final do dia surgiu na expectativa que ele se comportasse género o Zinketa, ou seja duas ou três horas depois do pico do calor o caudal aumentasse. BINGO !!! Soberbo !!! Foi entrar, re-aquecer os motores e siga que é sempre a bombar. Quando o rio estreita e os blocos de pedra começam a substituir as inclinadas cascalheiras, a navegação passa a ser veloz e os rápidos exigem uma concentração constante. Qualquer erro ou trajectória mal calculada pode simbolizar um banhito, caso a esquimotagem não saia, e consequentemente uns minutos valentes atrás do kayak. Contras com este caudal são escassas mas faceis de apanhar, porém se alguém se "agrafar" a um kayak à solta neste rio esse gesto pode originar problemas maiores. A meio do rio, numa das poucas contras, era hora de fazer um briffing extra. O rio estava forte mas apetecível. Tínhamos equipa mas se alguém estava remar fora do seu nível de conforto era o local ideal para dar por terminada a sua experiência no Salat pois a estrada estava bastante próxima. Pela frente ainda tínhamos uns 40 minutos de navegação com algumas passagens mais fortes dos que as registadas até ali. Impecável !!! Mesmo com o corpo cansado a alma ajudava e a imaginação levava-nos a fazer as linhas de uma forma corrida em fila indiana. Saltos, rolos, pequenos tobogans, pistas de slalom, acelerações com bastante pendente, um sem fim de zonas de navegação em pura classe IV. Muito bom mesmo. A aposta estava ganha.
Manhã de sábado. Depois de uma noite bem passada e ligeiramente bem regada, era dia de começar a fazer a viagem de regresso no entanto todos queríamos "voltar de barriga cheia". Vale do Gavarnie estava com os caudais muito forte e o Cauterets nem falar. Os medidores registavam valores muito acima dos indicados para a prática de águas bravas. Solução ? Procurar algo por ali e ver se dava para navegar. Havia o sonho de há uns anos em remar o Estours e o Alet. Para o primeiro a equipa era numerosa e o rio muito forte para alguns. Restava o Alet no seu percurso mais baixo, um tipico classe III+ com secções de IV. Ninguém conhecia e estava navegável. Sem hesitações, maior parte da turma entrou numa zona soft para rapidamente se ver dentro de passagens rápidas e divertidas. Conforme a descrição de alguns "kayakers" franceses este troço é uma continua pista de slalom e com uma pendete impressionante. Fica a vontade de remar com um pouco mais de água e de conhecer o alto Alet. Ao fim de aproximadamente hora e meia desaguamos todos noutro troço do Salat e na confluência do Estours saímos do rio. Pela frente umas horas de viagem mas antes um pic-nic à porta de um hiper-mercado. Fica o registo das acrobacias do Giovani para as velhotas simpáticas de Soueix. Uns seguiram para Portugal, outros ficaram mais uma semana de férias e alguns foram conhecer mais uns bares e discotecas em Salamanca. Fiesta é fiesta !!! Acabava assim mais uma semana das já famosas férias "pirinaikas" do 10 de Junho.
...................................................................................................... ......................................................................................................
Um especial agradecimento à Isabel que para além de nos aturar a todos ainda teve paciência para tirar algumas das boas fotos que deram corpo a este report. Se não fosse ela nem fotos tínhamos do Salat, tal foi o OZabre :)
...................................................................................................... ......................................................................................................
Pirenéus este ano ? Vamos ver se sim. Afinal ainda há água por lá :)
......................................................................................................
......................................................................................................


Luis Costa a saborear o Garbet

Recuperção do kayak



Bruno numa secção do Garbet


Figas na mesma secção


Reagrupamento dps da garganta





Hélder no inicio do Salat


Luis Costa a aumentar mais um rio ao seu curriculum


Nuno Santos no final de uma acelaração


Trupe no inicio do Alet


Quilhó a jogar em "kaza"


Giovani a seguir a linha do Luis Costa



Sérgio Domingues na sua barcaça nova



Nuno Santos no final de uma secção de rolos



Hélder e Sérgio vistos do espaço - imagens satélite :)



Bruno na confluência do Alet com o Salat



Alet per le meson - assim termina mais uma missão


Sem comentários: